Legal, Bil.
Achei o artigo muito mais interessante pela discussão do trato social do desejo do que exatamente pela discussão dos possíveis "trans".
Porém, a idéia de um ser travestido - com uma nova imagem e não uma vestimenta - é fantástico. Se somos mulheres travestidas? Segundo os autores, a exacerbação dos diferenciais de gênero configura uma mulher travestida, refeita. Botox, lipo, silicone, cílios postiços, maquiagem... sim,acho que somos! Aliás, sempre fomos - homens e mulheres! Dos ritos mais primitivos as mais novas técnicas de cirurgia plástica.
O homem sempre teve a necessidade de transpor as limitações do corpo - intervenções estéticas, uso de drogas, arte...
O paradoxo está justamente em considerarmos esses atitudes como transtornos. O desvio, na minha opinião, seria a pacifidade, a inércia, o tédio. Todo conflito e transgressão são tão mais originais a humanidade do que a normatização.
Alberto Caeiro ( heterônimo de Fernando Pessoa) tem um verso que é pontual:
"triste de nós que trazemos a alma vestida!"
bjocas